Num clima de descontração e entrosamento, os 40 selecionados da quarta edição do Revelando os Brasis participaram da aula inaugural, realizada na tarde de terça-feira, na Casas Casadas, Rio de Janeiro. A aula foi ministrada pelo escritor, cineasta, jornalista, produtor, diretor de teatro e roteirista, Orlando Senna, um dos criadores do projeto Revelando os Brasis.

Além de abordar aspectos históricos da tecnologia audiovisual, o cineasta destacou a importância social, pessoal e artístico-cultural desta linguagem para a sociedade contemporânea, apontando o cinema como a arte mais devoradora capaz de absorver todas as outras (dança, música, teatro, entre outras) dentro do seu universo de expressão.

Questionado sobre a aceitação e penetração do cinema digital na atualidade, em comparação com a utilização da película, o cineasta valorizou a grande flexibilidade do suporte eletrônico no modo de fazer audiovisual. Segundo ele, o vídeo digital oferece muitas possibilidades de inovação e de experimentação, abrindo um novo mundo para o cinema.

Para a realização do curso, os selecionados foram divididos em quatro grupos, conforme o gênero da história, sendo duas turmas de documentários e duas turmas de ficção. Neste primeiro módulo, com duração de três dias, os participantes estudarão roteiro e direção. As aulas, realizadas na parte da manhã e da tarde, são ministradas por nomes reconhecidos do cinema: Eduardo Valente (ficção), Luelane Corrêa (documentário), Paulo Halm (ficção) e Sérgio Sanz (documentário).

Os próximos módulos abrangerão conhecimentos nas áreas de produção, direção de arte, fotografia, som, edição, finalização, direitos autorais e comunicação colaborativa. As aulas serão ministradas por outros nomes consagrados do cinema e da comunicação.

O curso prossegue até o dia 17, quando os 40 autores voltarão para suas cidades de origem a fim de iniciarem a etapa de gravação. Todas as despesas com equipamentos de filmagem e edição serão custeadas pelo projeto. Desde a criação do projeto, em 2004, 120 vídeos foram produzidos por moradores de pequenas cidades.