“Uma experiência mágica”. É assim que Paulo Alexandre Coelho define sua primeira experiência como diretor de cinema. Morador da cidade de Barroso (MG), Paulo gravou entre os dias 14 e 17 de dezembro o documentário “Jacaré, o Boi Cavalo”. “Até as gravações começarem eu estava um pouco inseguro, já tinha até bolado um plano B, caso o filme não viesse a acontecer da forma como eu esperava”, conta o diretor. E o motivo da insegurança era o personagem principal da história: o boi Jacaré. “Eu estava lidando com um animal, e é o meu primeiro filme”. Para quebrar o gelo, foram utilizadas maçãs, fruta preferida de Jacaré. “No primeiro contato da equipe eles viram que o boi é enorme e não ficaram muito seguros. Mas peguei algumas maçãs e fui me aproximando. Na terceira maçã já comecei a passar a mão no boi e todos foram ficando mais tranquilos”, lembra Paulo.
E na medida em que as gravações foram acontecendo, o boi Jacaré ia ficando cada vez mais confortável perto da equipe de filmagem, possibilitando a gravação das cenas planejadas. Paulo relata, que, ainda assim, foi desafiador trabalhar com um animal. “A gente não sabia o que ele podia fazer no meio de uma cena. Às vezes a gente deixava a natureza agir, as coisa acontecerem naturalmente. Ficávamos filmando e tinha que ter paciência, até ele fazer o que a gente gostaria que ele fizesse”, lembra.
Paulo conta que gravar um filme em gênero documentário exigiu flexibilidade e criatividade da equipe. “As coisa vão acontecendo e mudam rápido. As cenas não saem necessariamente como você tinha planejado, mas acabam ficando melhor. Vai muito do seus insights criativos, de mudar as coisas, perceber o momento. Tenho uma sensibilidade criativa boa, que funcionou bem para o documentário”.
Para o diretor, a sintonia da equipe foi outro fator fundamental para o sucesso das filmagens. “Cada um fez seu papel de forma magnífica. O filme é uma soma de todos nós. Várias pessoas salvaram o filme em momentos diferentes. Se essas pessoas não estivessem lá em determinado momento, muitas cenas não poderiam ter sido gravadas”, conta.
“Foi uma experiência ótima, me emocionei várias vezes durante as gravações. E o que fica é o carinho das pessoas, a amizade, isso é especial. Estou muito satisfeito e, pelo que senti, acredito que a gente tenha um bom filme na mão”, relata Paulo. O documentário “Jacaré, o Boi Cavalo” entra agora na fase de edição. O lançamento da obra acontecerá durante o Circuito Nacional de Exibição do Revelando os Brasis, no primeiro semestre de 2018.
Fotos: Ratão Diniz/Instituto Marlin Azul