Depois de duas semanas de aprendizado intenso sobre cinema, os moradores de pequenas cidades com até 20 mil habitantes selecionados na quinta edição do Revelandos os Brasis deram os últimos retoques no plano de produção para a realização dos filmes nas cidades.
Parte da turma foi orientada pelo professor Alexandre Guerreiro, produtor, diretor e roteirista de obras audiovisuais e produtor e curador de mostra e festivais. Outro grupo de alunos foi acompanhado pela documentarista, pesquisadora e produtora audiovisual Beth Formaggini.
O planejamento e a organização são fatores fundamentais para conduzir o plano de produção das filmagens, tanto para ficções quanto para documentários. Montar uma equipe básica de trabalho, preencher a análise técnica (detalhamento atento e objetivo feito a partir da leitura do roteiro e da decupagem para organização das demandas técnicas do filme), fazer uma boa pesquisa de dados para subsidiar as filmagens, escolher cuidadosamente as locações, organizar as entrevistas, no caso de documentário, e fazer a produção de elenco, no caso das ficções, realizar a produção de apoios, preencher as autorizações de uso de imagens são alguns passos importantes da produção.
De acordo com Beth Formaggini, um dos erros mais comuns cometidos por quem vai realizar uma gravação é não ter clareza sobre o que se pretende captar nas filmagens.”Muitas pessoas costumam filmar demais porque não sabem direito o que se quer”, comenta a professora.
Mobilizar e envolver a comunidade na produção ajudam na execução da obra audiovisual. “Uma ação importante é fazer toda a negociação de apoio. É necessário adequar o filme às condições de produção, mas sempre é possível melhorar estas condições através da busca de apoios, seja na produção de figurino, no caso específico das ficções, seja na organização da alimentação, dentre outras situações”, exemplifica Formaggini.
Na parte da tarde, os autores receberam um guia de produção preparado pela equipe do Instituto Marlin Azul, realizador do projeto, e esclareceram dúvidas sobre como vai funcionar a etapa de gravação.
Iniciado no dia 10 de fevereiro, o curso é composto por aulas de introdução à linguagem audiovisual, roteiro, direção, produção, fotografia, direção de arte, som, edição e finalização, pesquisa, mobilização, direitos autorais e pesquisa.
Neste domingo (23/02), os selecionados retornarão às suas cidades para transformar as histórias reais ou inventadas em filmes com até 15 minutos de duração. Os autores das histórias contarão com o apoio de uma produtora regional que irá providenciar os equipamentos de câmera e de som digitais, com operadores.
A quinta edição selecionou histórias vindas das seguintes cidades: Barra de Santa Rosa e Aparecida (Paraíba), Arroio do Sal (Rio Grande do Sul), Palmeiras (Bahia), Meruoca, Aiuaba e Uruburetama (Ceará), Arraias (Tocantins), Douradina (Paraná), Tabapuã e Corumbataí (São Paulo), Candeias do Jamari (Rondônia), Irineópolis (Santa Catarina), Águia Branca e Vargem Alta (Espírito Santo), Brazópolis (Minas Gerais), São Domingos do Azeitão (Maranhão), Santarém Novo (Pará), Ladário (Mato Grosso do Sul) e Lajes (Rio Grande do Norte).