Revelando os Brasis | Caminhão-cinema percorre 14 mil quilômetros promovendo sessões gratuitas em todo o país

EDIÇÃO - Ano VI

Caminhão-cinema percorre 14 mil quilômetros promovendo sessões gratuitas em todo o país

A caravana de cinema do Revelando os Brasis está pronta para pegar a estrada! Entre 22 de agosto e 11 de outubro, espectadores de municípios com até 20 mil habitantes de 12 estados assistirão a sessões abertas e gratuitas em ruas e praças. Os filmes de curta-metragem foram produzidos pelo projeto a partir de histórias reais ou inventadas contadas e dirigidas por moradores das próprias comunidades. O Circuito Nacional de Exibição do Revelando os Brasis Ano VI tem patrocínio da Petrobras e realização do Instituto Marlin Azul.

Ao longo de 51 dias, a caravana irá visitar cidades dos seguintes estados: Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Paraíba, Ceará, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Adaptado para se transformar em cabine de projeção, o caminhão-cinema é equipado com uma tela de seis metros de altura, projetores, sistema de sonorização e cadeiras para acomodar os espectadores. O Circuito Revelando os Brasis percorrerá cerca de 14 mil quilômetros, realizando 20 sessões de cinema ao ar livre.

A primeira sessão acontecerá dia 22 de agosto na Comunidade Quilombola de Pedra Branca, em Vargem Alta (ES), com o lançamento do curta-metragem “A Viagem de Seu Arlindo”, dirigido pela professora Sheila Altoé, uma das 15 selecionadas nesta sexta edição do projeto. A ficção é inspirada num dos relatos resgatados em rodas de contação de história envolvendo novas e antigas gerações de moradores da região.

Oito documentários, seis ficções e um filme que mistura os dois gêneros compõem a sexta edição do Revelando os Brasis. Além da obra produzida na cidade, cada sessão inclui a exibição de uma seleção de filmes feitos em outros municípios, totalizando uma programação de uma hora e meia de duração. Com roteiro, produção e direção dos moradores selecionados, a mostra traz um conjunto de histórias sobre memórias, lendas, personagens populares e tradições das pequenas cidades, destacando temas que registram a diversidade cultural brasileira e valorizam novas expressões e novos olhares sobre o Brasil.

A mostra será exibida nos municípios de Vargem Alta e Laranja da Terra (ES), Urucuia e Barroso (MG), Lençóis e São José do Jacuípe (BA), Quebrangulo (AL), São Domingos do Cariri (PB), Icapuí (CE), Bom Jesus do Tocantins (PA), Arraias (TO), Nossa Senhora do Livramento (MT), Guarujá do Sul (SC), Antônio Prado (RS) e Águas de Lindóia (SP). Também receberão a mostra os municípios de Linhares (Vila de Regência) e São Mateus, no Espírito Santo.

Lançamento – O ponto de partida da viagem pelo interior brasileiro começa na região montanhosa capixaba, em Vargem Alta, localizada a 136 km da capital do Espírito Santo. O município receberá duas sessões: uma na Comunidade de Pedra Branca (22/08) e outra na sede (23/08), sempre às 19 horas. Os espectadores poderão ver na telona a ficção feita com a participação da comunidade em diferentes etapas da realização audiovisual. Para celebrar a conquista, a programação contará ainda com apresentação do Caxambu, dança afro-brasileira redescoberta pelos moradores durante as filmagens.

Histórico – Criado em 2004, o Revelando os Brasis tem por objetivo geral promover a inclusão e a formação audiovisuais através do estímulo à produção de filmes. O projeto promove processos de iniciação audiovisual, oferecendo aos moradores das pequenas cidades a possibilidade de contar as suas próprias histórias por meio de filmes que retratem o seu universo simbólico.

O Revelando os Brasis é desenvolvido nas etapas de formação, produção e difusão. Na primeira fase é realizado o Concurso Nacional de Histórias direcionado aos moradores de cidades com até 20 mil habitantes. A última edição bateu o recorde de inscrições: foram recebidas 951 histórias de todos os cantos do país. Dos 5.568 municípios brasileiros, 3.924 têm até 20 mil habitantes, de acordo com dados do IBGE (2010).

Na segunda fase, é realizada a Oficina de Realização Audiovisual, no Rio de Janeiro, quando os autores das histórias selecionadas aprendem, com a orientação de profissionais renomados do cinema, todas as etapas de realização de um filme, incluindo noções sobre roteiro, produção, direção, som, fotografia, direção de arte, edição, comunicação e mobilização comunitária.

Na terceira fase, os autores retornam às suas cidades para a filmagem, com recursos e o acompanhamento técnico do projeto. Por meio de um processo de mobilização, familiares, vizinhos, amigos e artistas locais são estimulados a integrar as equipes, desempenhando funções artísticas, técnicas e de apoio. Após a gravação, os diretores seguem para a edição das obras.

A quarta fase é marcada pelo Circuito Nacional de Exibição. As obras são apresentadas em sessões abertas e gratuitas nas cidades selecionadas. Para completar o processo de difusão, todas os filmes, reunidos em um box de DVDs contendo ainda o making of do projeto, são distribuídos para bibliotecas, escolas públicas, universidades, pontos de culturas, cineclubes e instituições públicas ligados à educação e à cultura de todo o Brasil.

Os filmes são ainda exibidos em mostras e festivais nacionais e internacionais. Desde a criação do projeto, há quatorze anos, foram realizadas 195 obras audiovisuais dirigidas por moradores de pequenas cidades.

 

Rota do Circuito Nacional de Exibições Revelando os Brasis Ano VI

22/08/18 (4ª feira) – Pedra Branca/Vargem Alta (ES)

23/08/18 (5ª feira) – Vargem Alta (ES)

24/08/18 (6ª feira) – Laranja da Terra (ES)

25/08/18 (sábado) – Regência – Linhares (ES)

26/08/18 (domingo) – São Mateus (ES)

29/08/18 (4ª feira) – Urucuia (MG)

02/09/18 (domingo) – Lençóis (BA)

04/09/18 (3ª feira) – São José do Jacuípe (BA)

06/09/18 (5ª feira) – Quebrangulo (AL)

08/09/18 (sábado) – São Domingos do Cariri (PB)

10/09/18 (2ª feira) – Icapuí (CE)

15/09/18 (sábado) – Bom Jesus do Tocantins (PA)

16/09/18 (domingo) – Aldeia Parkatejê/Bom Jesus do Tocantins (PA)

21/09/18 (6ª feira) – Quilombo Lagoa da Pedra/Arraias (TO)

22/09/18 (sábado) – Arraias (TO)

29/09/18 (sábado) – Quilombo Mata Cavalo/Nossa Senhora do Livramento (MT)

03/10/18 (4ª feira) – Guarujá do Sul (SC)

05/10/18 (6ª feira) – Antônio Prado (RS)

09/10/18 (3ª feira) – Águas de Lindóia (SP)

11/10/18 (5ª feira) – Barroso (MG)

 

 

Conheça as histórias e os autores

Chica

Direção, roteiro e produção: Andrea Guanais

Lençóis – BA

Nasceu em 1972. Ensino Superior. Professora de História.

Ficção: A luta, a sorte e o destino de uma mulher garimpeira contados nesta aventura repleta de mistério na Chapada Diamantina.

 

A Aventura da Primeira Bicicleta

Direção, roteiro e produção: Carlos Henrique da Costa

Águas de Lindóia – SP

Nasceu em 1969. Ensino Superior. Assistente Social.

Ficção: Inspirado nas memórias de infância do diretor, o filme conta as aventuras de Carlinhos em sua busca pela realização do sonho de ter a primeira bicicleta. Entre as dificuldades enfrentadas, vivencia a descoberta de valores que levará para toda a vida.

 

Tropel

Direção, roteiro e produção: Cesar Theis

Guarujá do Sul – SC

Nasceu em 1983. Ensino Superior. Professor de História.

Ficção: Tito é um menino que vive com seus avós no interior de Santa Catarina. Enquanto brinca e cresce, vai descobrindo nas histórias do avô mais do que palavras.

 

O Pescador de Memórias

Direção, roteiro e produção: Eliabe Crispim

Icapuí – CE

Nasceu em 1981. Ensino Superior. Turismólogo.

Documentário: Um pescador da praia da Ponta Grossa, litoral leste do Ceará, despertou o interesse por descobrir suas origens. Nas horas livres caminhava nas dunas onde começou a encontrar vestígios de ocupação humana, desenvolvendo uma paixão pela arqueologia e por sua ancestralidade.

 

O Rio que não Seca

Direção, roteiro e produção: Geilane de Oliveira

São José do Jacuípe – BA

Nasceu em 1993. Ensino Superior. Cineasta.

Documentário: Ao retornar à antiga escola agrícola, memórias do tempo de menina se encontram e se repetem, conforme os anos mudam rostos e a paisagem.

 

Nêga da Costa

Direção, roteiro e produção: Joelson de Oliveira

Quebrangulo – AL

Nasceu em 1985. Ensino Médio. Técnico em Informática e Fotógrafo.

Documentário: Em Quebrangulo, terra marcada por conflitos, na época da escravidão os senhores assediavam suas escravas, que eram escolhidas nas noites de festas enquanto dançavam ao som de tambores. Quando os homens negros começaram a se vestir com roupas de mulheres para confundir seus senhores, nasceu a Nêga da Costa.

 

Quilombo Mata Cavalo

Direção, roteiro e produção: Jurandir Amaral

Nossa Senhora do Livramento – MT

Nasceu em 1971. Ensino Fundamental. Agroextrativista.

Documentário: No Quilombo Mata Cavalo, quilombolas distribuídos em seis comunidades resistem para preservar seus traços culturais, manter a integração comunitária e conquistar a regularização das terras herdadas de seus ancestrais.

 

A Sússia

Direção, roteiro e produção: Lucrécia Dias

Arraias – TO

Nasceu em 1988. Ensino Médio. Estudante de Educação do Campo – Artes Visuais e Música.

Documentário: Ao som de caixas, pandeiros e bumbos, mulheres e homens de todas as idades cantam, tocam, batem palmas, dançam, recriam as tradições e recontam sua própria história na Comunidade Quilombola Lagoa da Pedra.

 

Baixa Funda, o Destino de um Povo

Direção, roteiro e produção: Marcello Sannyos

Urucuia – MG

Nasceu em 1981. Ensino Superior. Produtor Cultural.

Documentário: Dona Joana, descendente de negros e índios, mãe de 11 filhos, relata suas histórias, anseios, crenças e o cotidiano na lida da vida rural na Comunidade Baixa Funda, em Urucuia, Minas Gerais.

 

Filó

Direção, roteiro e produção: Maria Odette Meotti de Bairros

Antônio Prado – RS

Nasceu em 1972. Ensino Superior. Administradora.

Ficção: Uma família de imigrantes italianos mantém por várias gerações a tradição de receber amigos, parentes e vizinhos em sua casa para o Filó. Juntos, em torno da mesa farta, comemoram a vida e mantêm as tradições de seus antepassados.

 

Rasga Mortalha

Direção, roteiro e produção: Pattrícia de Aquino

São Domingos do Cariri – PB

Nasceu em 1979. Ensino Superior. Atriz.

Ficção: Seu Arlindo desconfia que uma coruja agourenta possa ser a responsável pelas mortes dos moradores da cidade onde vive. Para acabar de uma vez por todas com a tristeza da população local, ele decide pôr fim ao mistério. A ficção é baseada na lenda da “Rasga Mortalha”, ave comum no interior do Brasil.

 

Jacaré e o Homem do Boi

Direção, roteiro e produção: Paulo Alexandre Coelho

Barroso – MG

Nasceu em 1981. Ensino Superior. Publicitário.

Documentário: Uma emocionante história real da relação afetiva entre um homem e um animal, perpassando por amizade, causos, tradições, costumes e memórias que deixaram saudade no interior de Minas Gerais.

 

O que Resta da Imagem

Direção, roteiro e produção: Rafael Wolfgramm

Laranja da Terra – ES

Nasceu em 1995. Ensino Superior. Arquiteto.

Documentário: Entre os anos de 1930 e 1960, um fotógrafo fez os primeiros registros da vida dos pomeranos no interior do Espírito Santo. Suas imagens ainda ecoam nas lembranças dos moradores de uma vila, que contam suas histórias a partir desses registros. Nesse documentário, imagem é memória.

 

A Guerreira Gavião

Direção, roteiro e produção: Robson Messias

Bom Jesus do Tocantins – Pará

Nasceu em 1970. Ensino Médio. Artesão.

Ficção: Após sonhos que se repetem, uma jovem decide buscar a verdade sobre o passado.

 

A Viagem de Seu Arlindo

Direção, roteiro e produção: Sheila Altoé

Vargem Alta – ES

Nasceu em 1978. Ensino Superior. Professora de Artes.

Ficção: Na Comunidade Quilombola de Pedra Branca, nas montanhas capixabas, os mais velhos preservam a tradição de contar histórias para os mais jovens como a do dia em que o Seu Arlindo decide fazer uma misteriosa viagem, deixando intrigados os moradores da comunidade.

 
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