Duas cidades paulistas participaram pela primeira vez do Revelando os Brasis: Corumbataí e Tabapuã.
Com 4.036 habitantes, a pequena Corumbataí foi apresentada ao projeto através da artista plástica e professora de artes, Alcinéia Marcucci, selecionada com a história “A Mãe dos Vaga-Lumes”. Desde a etapa de gravação até a exibição, a diretora envolveu a participação da comunidade, ampliando e aprofundando a experiência coletiva de inclusão audiovisual.
A ficção mostra o convívio de uma menina solitária e sua amiga imaginária. Com brincadeiras simples, causos e lendas, a história se move para o universo dos sonhos, buscando encontrar significados para os mistérios da vida. O filme foi exibido no dia 31 de outubro na Avenida Um.
Mesmo com a forte chuva que caiu, o público não se intimidou e manteve a expectativa para a grande sessão. Ficou evidente o desejo de ver o filme da terra. O espírito de união e de colaboração da comunidade foi emocionante e demonstrou esse jeito simples e solidário de viver e conviver das pequenas cidades.
E debaixo de chuva, os espectadores assistiram uma, duas, três vezes ao filme, encantados com a magia de estar na tela, eternizados nas imagens de uma história gravada no lugar onde nasceram e cresceram. O depoimento da diretora no dia seguinte à sessão expressa este sentimento de pertencimento.
“Ver as pessoas no palco divulgando a nossa cultura mesmo com início da chuva, os meninos dando apoio no som para as meninas da Catira dançarem foi demais!!! Os cantores da nossa cidade e de Ajapi e o Luis Antonio que decorou o palco para nós, agradeço de coração! A chegada do Revelando os Brasis só foi possível aqui em Corumbataí para exibir o nosso filme graças ao apoio direto de muitos corumbataienses que trabalharam meses e meses para dar vida ao nosso filme!
Tudo iniciou com uma equipe de produção impecável e prestativa composta por três lindas mulheres que desde que voltei do Rio passaram a se reunir semanalmente para preparar os detalhes do filme, e tudo foi crescendo. Chegaram os atores, conseguimos vinte figurantes para os vaga-lumes, figurantes de rua, crianças para cantarem no coral, outras pessoas para ensaiarem as crianças, artistas locais participando da trilha sonora e dando apoio. Vi ator se tornando apoiador e produtor também e cada vez abraçando mais essa ideia de dar vida para um filme que retrata um pouco da cultura, paisagens e fatos reais da nossa pequena cidade!
Depois de se despedir de Corumbataí, a caravana do sudeste do Revelando os Brasis V partiu para Tabapuã, município com 12.103 habitantes. A exibição estava marcada para 20h30 do domingo (1º/11). Por causa da ameaça de chuva, a equipe decidiu montar a tela grande de cinema dentro do Salão Paroquial da Igreja Matriz. Apesar da ameaça de cair água do céu, os tabapuãnenses não se intimidaram e prestigiaram a sessão, lotando o salão. Um público de 600 pessoas marcou presença!
A comunidade acompanhou a história de “Japurá: O Povo que Virou Açúcar” contada pelo jornalista e diretor de Cultura Geraldo Belinello. Até a década de 40, o vilarejo de Japurá abrigava uma promissora estação férrea. Mas a localidade foi arrasada pela Febre Amarela. O lugar tem hoje apenas a Estação Ferroviária, a Cadeia Velha, a Capela de São João Batista, o Cemitério em ruínas e algumas casas.
Além do documentário sobre Japurá e de outros filmes do circuito nacional, o diretor pediu à caravana para exibir curtas-metragens paulistas de outras edições do Revelando os Brasis. Os espectadores puderam assistir ainda aos filmes “O Dono do Carnaval”, de Maria de Lourdes Scabine Lezo, de Taiaçu, e “O Circo Chegou”, de Thiago de Souza Santos, de Santa Gertrudes.
“Foi gratificante ver o filme realizado, concluído e sendo exibido na minha cidade. Muito bom saber que o curta será exibido em outras localidades e que está história está eternizada neste trabalho”, declara o diretor que, após a sessão, recebeu muitos cumprimentos dos moradores.
O Revelando os Brasis tem patrocínio da Petrobras e realização do Instituto Marlin Azul.
Fotos: Gustavo Louzada