Revelando os Brasis | Melhores momentos no Mato Grosso do Sul

EDIÇÃO - Ano V

Melhores momentos no Mato Grosso do Sul

Sebastião de Souza Brandão é um ferroviário aposentado e cururueiro, fazedor e tocador de viola de cocho, morador de Ladário, no Mato Grosso do Sul. Ele é o único representante do Centro-Oeste nesta quinta edição do Revelando os Brasis V. A exibição do filme “O Trem Fantasma e a Viola de Cocho”, feito a partir do projeto, aconteceu no dia cinco de novembro, na Rua 14 de Março.

Seu Tião, como é conhecido, não cabia dentro de si de tanta alegria e orgulho por contar para a comunidade uma história vivenciada por ele e seus colegas de ferrovia quatro décadas antes. Mais de 600 pessoas participaram da sessão.

Ex-ferroviários, amigos de Seu Tião, marcaram presença e confirmaram a história contada no filme. No ano de 1977, trabalhadores da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, ligada à Rede Ferroviária Federal, viram por várias ocasiões surgirem luzes nos trilhos, na região entre Estação Agente Inocêncio e o Posto 50, próximo a Porto Esperança. Mas o trem nunca chegou, deixando assombrado quem presenciou a repentina claridade do outro lado da linha.

A exibição trouxe as lembranças da vida dura mas cheia de bom humor e companheirismo dos tempos de trabalho na ferrovia. A história do trem se mistura a outras histórias ligadas à vida de uma comunidade que cresceu em torno dos trilhos. Por isso, a sessão também teve outra inspiração: a viola-de-cocho e o cururu. Feita de madeira, a viola-de-cocho é um instrumento musical marcante dos estados Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso. Seu som acompanha os ritmos e danças do Pantanal, o cururu e siriri, usados para saudar os folguedos populares. O Ministério da Cultura registrou o modo de fazer a viola como patrimônio imaterial do Brasil.

Filho de cururueiro, Seu Tião dedica a sua vida a defender a cultura e a preservar a memória desta manifestação. O mestre artesão ensinou os filhos e netos a construir a viola e instrui pessoas com idade entre 18 e 29 anos a fabricar o instrumento. Para aumentar a inspiração, a sessão aconteceu no Dia Nacional da Cultura.

 

Foto: Gustavo Louzada

 
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