Desde que André da Costa Pinto contou a história de um menino que sonha com um bicho grande e feio, muitas transformações aconteceram na sua vida. Selecionado na segunda edição do Revelando os Brasis, o paraibano de Barra de São Miguel adotou o cinema como caminho e motivação após a participação no projeto. O realizador, cujo currículo passou a reunir prêmios em diferentes festivais e até a coordenação de um festival de cinema, visitou os selecionados da quinta edição durante as Oficinas Audiovisuais. As aulas começaram no dia 10 e prosseguirão até 22 de fevereiro, no Centro Cultural da UERJ, no Rio de Janeiro.
Na segunda edição, André era ainda estudante de Comunicação Social quando foi selecionado com a história “A Encomenda do Bicho Medonho”. A experiência de produzir um documentário abriu um amplo universo de aprendizado audiovisual para o jovem. Depois do primeiro trabalho, ao longo dos últimos oito anos, André dirigiu vários curtas, incluindo “Amanda e Monick”, ganhador de prêmios nacionais de melhor filme nos principais festivais de cinema do país.
Produziu, ainda, cerca de 32 curtas e já acumula a realização de três longas-metragens: “Tudo o Que Deus Criou”, “Madame” (documentário em fase de finalização) e “O Tempo Feliz que Passou” (em fase de pré-produção). Também fundou junto a outros colegas uma ONG chamada Moinho de Cinema da Paraíba.
André ministrou aulas no Curso de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), onde coordenou o curso de Extensão em Produção de Documentários, cuja base é inspirada no trabalho de oficinas do Revelando os Brasis. Hoje, ministra aulas e coordena o curso de Audiovisual no Centro Cultural Lourdes Ramalho, na Paraíba.
André também é idealizador e coordenador geral do Festival Audiovisual Comunicurtas. “Na época, nós não tínhamos onde exibir
o filme ‘A Encomenda do Bicho Medonho’, em Campina Grande. Então, a solução era criar um festival”, conta o realizador. Em sua nona edição, o festival ganhou repercussão nacional, chegando, nos últimos anos, a uma plateia de aproximadamente 1.500 pessoas por sessão.
Ao lado de mais três amigos, André fundou ainda sua própria produtora de Cinema, chamada Quebra-Panela Produção Audiovisual e Multimída.
Também organizou, na Paraíba, o Curso de Formação de Produtores e o Curso de Formação de Atores para Vídeo. Este último, na sexta edição, oferece aulas no período de 21 horas de sexta-feira até 3 horas da sábado, possibilitando a participação de pessoas que não têm tempo de estudar durante o dia. Quinze estudantes do curso já foram enviados ao Rio de Janeiro para dar continuidade à formação a partir da bolsa de estudos oferecida por meio do convênio entre a Universidade da Paraíba, a Escola Nu Espaço, do Rio de Janeiro, e o Centro Cultural Luiz Ramalho.
André vive do audiovisual. E sua experiência na área foi compartilhada com quem chegou depois ao Revelando os Brasis. Na quarta edição, em 2010, o paraibano teve a oportunidade de voltar ao projeto, desta vez para oferecer os serviços da sua produtora para a gravação das cenas do vídeo “As Voltas do Mundo”, de Fabrício Santana Souza, morador de Aroeiras, na Paraíba.
“Trabalhar como produtor de um dos curtas da quarta edição do Revelando os Brasis, para mim que fui participante da segunda edição, foi acima de tudo a oportunidade de reavaliar a transformação e o acesso a cidadania que o projeto proporcionou em minha vida e continua proporcionando na de outros iniciantes no audiovisual. Além de democratizar e levar até as pessoas do interior do Brasil a oportunidade de fazer cinema, o Revelando ainda aponta um caminho para que aqueles que desejam seguir na carreira consigam um mínimo de profissionalização e, a partir daí, possam alçar novos voos”, declara.
Durante a visita aos novos selecionados, o realizador paraibano reencontrou os professores e resgatou lembranças do tempo em que participou do curso, em terras cariocas. A quinta edição reúne moradores de pequenas cidades de várias partes do país, incluindo duas participantes da Paraíba.