Um rio com mais de mil quilômetros de extensão é o personagem principal do documentário “Sabes Quem Sou?”, de Antônio Elias da Silva. Gravado entre os dias 17 e 22 de fevereiro em Itapebi, na Bahia, o vídeo contará a história, as belezas e os problemas enfrentados pelo rio Jequitinhonha, que atravessa Minas Gerais e Bahia.
Antonio conta que colheu 37 depoimentos, todos de ribeirinhos que moram nas margens do Rio. Os entrevistados têm uma relação íntima com o Jequitinhonha, que tem papel fundamental na vida dessas pessoas. Entre eles pescadores, canoeiros e lavadeiras.
“Foi uma aventura fazer as gravações. Pegamos alguns dias muito chuvosos, mas o rio ajudou”, com Antônio. Ele diz ainda que os depoimentos colhidos acabaram indo por um caminho diferente do que ele tinha planejado no roteiro inicial, o que pode mudar um pouco o documentário. Mas, de acordo com Antonio, essa é uma questão que ele está resolvendo no processo de edição e que serve como mais uma aprendizagem no caminho de se tornar um diretor audiovisual.
Uma situação inusitada aconteceu durante as gravações de “Sabes Quem Sou?”. O cinegrafista estava fazendo imagens de dentro do barco, quando uma marola o desequilibrou e câmera foi parar dentro do rio. Por sorte, eles estavam na parte rasa e conseguiram recuperar o equipamento sem danos maiores.
O Diretor – Nascido no Rio de Janeiro, Antônio mora em Itapebi há oito anos. Há dois anos, foi nomeado Secretário de Cultura do município, quando teve seu primeiro contato com o meio e viu a grande deficiência em cultura pela qual passa sua cidade. Atualmente, é um dos assessores do prefeito.
Foi através da constante busca por novos editais que ficou sabendo do Revelando os Brasis. Divulgou o projeto na cidade e, quando ninguém mais se mostrou interessado, resolveu ele mesmo escrever sua história, a fim de botar a cidade no mapa da cultura.
Antônio já defendia a conscientização da importância do rio Jequitinhonha. Decidiu então tomar esse projeto de vida como tema principal da sua história, que é contada em primeira pessoa pelo próprio rio. Antes das oficinas, não conhecia nada da linguagem cinematográfica e ficou impressionado com a complexidade do trabalho.